O CORPO É SÁBIO, O HABITAMOS MUITO TEMPO ANTES DO RACIOCÍNIO E LINGUAGEM
DESPERTAR O PODER DA CORPOREIDADE MUSICAL E ACORDAR A NATUREZA DA VIDA.
Há quem diga que alma que anima o corpo. Imaginemos que seja
o contrário, o corpo que anima a alma, que conduz à vida concreta. Não há nada
que venha a nós ou de nós, que não perpasse pelo corpo.
Nossa cultura vigente exige que tenhamos um corpo
escultural, como se o corpo fosse de mármore. O corpo nos protege, contém,
apoia, alimenta, atiça nosso interior, é
um repositório para as recordações, sensações, supremo alimento da psique.
As sensações, impulsos, sentimentos, desejos, o peso, a
forma, altura, leveza, elevação, movimentos interiores impregnam nosso existir,
para provar que estamos vivos, que estamos aqui, ligados à terra. O corpo é lançador
de foguetes, o detonador das experiências, sem ele, não haveria a sensação de
entrada em algo novo, transformador e numinoso e transcendemos deslumbrados, contemplando
a misteriosa noite estrelar. O corpo é um acelerador de processos metabólicos
uns nos outros, quando olhando o corpo do outro com desejo, desencadeia uma neuroquímica
no desejante e no desejado.
O corpo tem uma beleza, um poder, uma sacralidade intrínseca quando é
animado de dentro para fora, mas ignoramos toda essa graça, pelo poder
cultural, que expulsou a corporeidade com torturas, vergonha, crenças, pecados,
tabus contra a própria carne, especialmente às mulheres.
Precisamos despertar a psique selvagem, primitiva,
instintiva, para compreender o corpo por seus próprios méritos, seu valor
intrínseco, sua sacralidade, sua graça, sua beleza, sua dança graciosa e cheia
de vida, sensualidade, exuberância, seu olhar, seu caminhar, seus gestos e seu
sorriso aberto.
As críticas destrutivas e desdenhosas a respeito do corpo de
uma mulher, privam-na de diversos tesouros psicológicos e espirituais preciosos
e de vital importância, como o orgulho do próprio corpo, aprendeu a rejeitar a
herança física e sua identidade corporal feminina, detestando o próprio corpo
como poderá amar ?
Num mundo instintual, é inconcebível que uma mulher viva
absorta com o jeito de sua aparência, cumprindo um mandado cultural. A mulher
anseia por ser tratada com respeito, anseia ser aceita, por ser vista sem
preconceitos, faminta e gritando para sair, quer terminar com as projeções
desrespeitosas que outros lançam sobre seu corpo, seu rosto, sua idade e ela
própria.
Resgatar a alegria do próprio corpo, numa dinâmica amorosa
de aceitação, acolhimento, os estados de excitação, percepção e experiências
sensoriais, ouvir música, a voz, sentir um perfume, uma carícia nos permitindo
ver em profundidade o mundo e dar significados. O Self não precisa mover
montanhas para se transformar, um pouco basta, a dança, a leveza, o toque.
Balançar, gingar, movimentar, dançar cada gesto, pulsar do coração, o corpo é como um planeta, como a terra por si
só, o poder de ser e estar vivo, aqui e
agora.
A Biodanza nos brinda com danças arquetípicas, danças
inspiradas nos ritmos da vida, convidando perceber o próprio corpo iluminado
pela graça de existir, de ser si mesmo e continuar sendo cada vez mais pleno. By GP